Diante do recente registro de dois casos isolados de febre amarela na região da divisa de São Paulo com Minas Gerais, o Ministério da Saúde emitiu um alerta para intensificação das ações de vigilância e imunização nas áreas com transmissão ativa do vírus da febre. Trata-se de uma ação de prevenção para que estados e municípios comuniquem os casos suspeitos com a maior agilidade possível. Isso é necessário para que futuros surtos sejam evitados e que as ações de resposta sejam prontamente executadas, em caso de necessidade.
A nota informativa foi emitida de forma conjunta pelos departamentos de Doenças Transmissíveis, de Emergências em Saúde Pública e pelo Programa Nacional de Imunizações, todos ligados à Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.
“A febre amarela é uma doença facilmente evitável com a vacina. E ela está disponível no SUS para todas as idades. A cobertura vacinal de febre amarela está abaixo do recomendado. Por isso a importância de toda a população estar com a vacinação em dia”, esclarece a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS) Ethel Maciel.
A febre amarela é uma doença com alto índice de letalidade. Nos últimos seis meses, quatro casos foram registrados no país (um em Roraima, um no Amazonas e dois no estado de São Paulo). Desse total, três vieram a óbito. Os dois casos mais recentes foram de um homem de 50 anos, residente na região entre Águas de Lindóia e Monte Sião, na divisa de São Paulo e Minas Gerais, e de um homem de 28 anos, no município de Serra Grande. Este segundo já está curado.
A febre amarela é endêmica na região amazônica, mas, de tempos em tempos, o vírus reemerge em áreas de região extra-amazônica. O padrão temporal de ocorrência é sazonal, com a maior parte dos casos incidindo entre dezembro e maio. Surtos ocorrem quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão, como altas temperaturas, baixas coberturas vacinais e alta densidade de vetores e hospedeiros.
A partir de 2014, o vírus reemergiu na região Centro-Oeste, se espalhando nos anos seguintes para as demais regiões do país. Entre 2014 e 2023, foram registrados 2.304 casos de febre amarela em humanos, sendo que 790 chegaram a óbitos.
Entre as recomendações do Ministério da Saúde estão o alerta para que equipes de vigilância e de imunização intensifiquem as ações nas áreas afetadas, com ampliação para municípios vizinhos. A notificação do adoecimento ou morte de macacos, e a atenção a sintomas de febre leve e moderada em pessoas não vacinadas também estão entre as recomendações do ministério da Saúde.
Quanto à vacinação, as recomendações são para que seja utilizada a estratégia da busca ativa de pessoas não vacinadas nas regiões de ocorrência. Em mensagem enviada aos estados e municípios, o Ministério da Saúde também coloca à disposição equipes de apoio à investigação epidemiológica dos casos. (Fonte: Ministério da Saúde)